Conheça a história do município de Itiruçu
A
primeira penetração do território do município data de aproximadamente
de 1823 quando, perseguido pela guerra de “Mata Marotos”, José Antônio
Braga, de nacionalidade portuguesa, ocupou grande área no Sudoeste
baiano, ficando conhecido como MORRO GRANDE, tornando-se de seu domínio
particular, e assim foi registrado na forma de Lei de Terra de 1853.
Ao
Sul de Morro Grande, e a uma distância aproximada de uma légua, está a
Lagoa de Tiririca, onde se localizou Salustiano de Barros, que realizou
abertas, fez roças, rasgou picadas a guisa de entradas e construiu sua
casa de residência. Após algum tempo, vendeu sua posse a José Noberto de
Barros, que por sua vez a transferiu para Guilherme do Eirado Silva,
que havia se instalado na “Toca da Onça”, atualmente Jaguaquara, que
afinal a vendeu a João de Souza Brandão, aqui chegado em 03 de janeiro
de 1901.
Com
o espírito empreendedor e prático, João Brandão imprimiu à propriedade
Lagoa da Tiririca um novo e vital impulso, aumentando as abertas e
desenvolvendo a lavoura cafeeira, rasgou novas estradas, construiu
numerosas casas com início de ruas, como sejam: Rua da Lancha,
atualmente Rua Teixeira de Freitas; Rua das Flores, hoje Rua Pedro
Ribeiro; Rua do Paraíso, hoje Rua Presidente Vargas; Rua Vera Cruz, hoje
Rua Auro Rocha. Em 30 de maio de 1904, na Praça da Liberdade (hoje
Praça Vivaldo Bastos) foi construída por seu punho e trabalho de todos
os familiares, a capela primitiva de invocação a São João, passando
depois à Capela de Santo Antônio e, posteriormente, Capela de São Roque.
Hoje, esta Capela não existe mais. Foi derrubada, e em seu lugar
construíram dois prédios, onde funcionam a Farmácia Confiança e o Bar de
Tico Brandão.
Graças
ao dinamismo de João de Souza Brandão, “Lagoa de Tiririca” começou a
apresentar um aspecto de povoado, o que de fato se verificou com a
chegada de novos elementos atraídos pelo futuro que acenava certo, dada a
fertilidade da terra e, sobretudo à vontade realizadora de João Brandão
em transformar aquele local em um centro populoso de desenvolvimento
administrativo e independente, que para tanto oferecia nas picadas
iniciais em aberturas de ruas aos recém-chegados para construírem suas
residências com o fito de aumentar a população e atrair outros que se
deslocavam para esta região a fim de sondagem e encontrarem as vantagens
de ali fixarem residências e então resolve substituir a denominação de
origem para o de “ALTO DO BONFIM”, mostrando realmente o seu desejo de
progresso.
Dentre
as pessoas logo chegadas e que melhor compreendeu o idealismo de João
Brandão, certificando-se da ascendente possibilidade da povoação. Estava
o recém morador José Ignácio Pinto, que chegando em 1921, inicia as
suas atividades comerciais, efetivando marcante contribuição ao
progresso local.
Era
de ver-se o entusiasmo de José Ignácio Pinto, prosseguindo a missão de
João de Souza Brandão, animando e empolgando todos para uma obra comum: o
progresso local.
E
assim, na velha Fazenda da Lagoa de Tiririca, em 1921, com nova
denominação de Alto do Bonfim, já se contemplava um verdadeiro centro
populacional com agricultura promissora e comércio bem desenvolvido.
A
mercê desse progresso, conseguiram fosse a povoação elevada a distrito
de Paz de Jaguaquara, conforme Lei Municipal nº 8, de 8 de dezembro de
1922, referendada pela Lei Estadual nº 1.567, de 2 de agosto do mesmo
ano.
Já
a 18 de outubro de 1924, instalava-se a primeira Agência Postal, e Alto
do Bonfim prosperava cada vez mais .José Ignácio Pinto era infatigável
nos anseios da autonomia político e administrativa para o aprazível
Distrito de Alto do Bonfim. Com o seu trabalho dinâmico e os esforços
dos colonizadores proporcionaram ao povoado e às suas imediações grande
surto de progresso que muito concorreu para a sua elevação à categoria
de arraial.
Foi
o arraial elevado a sede da sub-prefeitura de Itiruçu, pelo Decreto
Estadual nº 8.476, de 9 de junho de 1933. E, afinal, após luta gloriosa,
obtinha-se a completa independência a 18 de julho de 1935, pelo Decreto
nº 9.599 que permaneceu o nome de Itiruçu, e passou a Município, por
feliz e autorizado sugestão de Teodoro Sampaio.
“E
ao primeiro dia do mês de setembro do ano de mil novecentos e trinta e
cinco (1º de setembro de 1935), conforme cópia autêntica da Ata de
Instalação, foi instalado o MUNICÍPIO DE ITIRUÇU, e teve como primeiro
prefeito nomeado pelo Exmº. Sr. Governador do Estado da Bahia, Tenente
Juracy Montenegro Magalhães, o Sr. José Ignácio Pinto, e se deu a
instalação presidida pelo Exmº. Dr. Alfredo Manoel de Queiroz Costa,
protor deste termo de Jaguaquara, em exercício do Juiz de Direito desta
comarca com sede na cidade de Maracás, previamente designada pelo Sr Dr.
Secretário do Interior. Conforme telegrama e seu teor:
"Senhor Juiz de Direito Maracás pt Solicito presidirdes instalação vila Município Itiruçu dia primeiro setembro vindouro pt
Saudações João Santana Secretário interior"
O nome de Itiruçu é originário do Tupi Guarani: morro grande. Os naturais do município de Itiruçu denominam-se "ITIRUÇUENSES".
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